Meu pé de goiaba e minha “casinha”

Lembram do livro “Meu pé de laranja lima” do escritor José Mauro de Vasconcelos? Eu o li na adolescência. Bem, eu tinha um pé de goiaba, muito especial para mim, ele ficava na quintal da Rua Major Barraca, no Parque Edu Chaves, meu bairro da infância. Eu ficava sentada em seus galhos escrevendo e nesses galhos eu escondia meus escritos. Até que meu irmão Ruben, botou fogo neles para acender uma fogueira!

Esse pé de goiaba aparece até em meus versos premiados na antologia em prosa e verso “São Paulo do Brasil”, de 2010.digitalizar0035

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    Na foto abaixo, com os irmãos mais velhos Raquel e Ruben, segurando os galhos da goiabeira. Minha mãe tirava fotos para ajudar no orçamento da casa, lembram das fotos em binóculos? Eram essas. E quando precisava revelar o filme, tirava as últimas fotos conosco em casa, do jeito que estávamos. Essa é um bom exemplo!

    Anos depois, em outra casa, Rua Sacadura Cabral (Parque Edu Chaves) havia um galinheiro que minha mãe transformou em minha casinha. Era linda essa minha casinha, e minha mãe construiu uma cerca, deixando espaço no qual fizemos uma hortinha. Ela sempre foi habilidosa com trabalhos de madeira e outras coisas mais: consertava o que estava quebrado, pintava a casa, limpava os forros, pois além de habilidosa, gostava de tudo muito limpo e arrumado. Eu saia atrás de restos de reforma e trazia para casa pisos quebrados, com os quais fiz um revestimento para minha área externa. A prova disso está na foto abaixo:

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    Quando eu gostava de brincar de casinha, tinha uma perfeita, com cerca e revestimento no jardim.

    O mais interessante dessa casinha é que lá preparava comidinhas e “alimentava” meu irmão Mizael (Zaza) e meu primo Edilson (Dil). O Edilson declara que até hoje lembra dos grandes banquetes: arroz já pronto, emprestado da cozinha da mãe, e salada de azedinhas (trevos). Brinquei muito de casinha, tanto que cansei. Agora que já sou dona de casa há quase 44 anos quero parar de brincar, afinal virou coisa séria e não tem mais graça!

Essa casa foi uma das minhas preferidas, quase atrás dela ficava a casa dos meus avós e, para cortar caminho, subíamos no muro e o pulávamos dentro do quintal deles. Quantas vezes fiz isso! Uma lembrança não muita boa foi quando minha tia Edite me pediu para tirar do varal uma roupa que ela tinha colocado, e eu sai correndo, cai e bati a cabeça. Meu pai me obrigou a tomar cerveja preta, para dissolver algum coágulo, algo assim! Achei horroroso, pior que remédio, acho que fiquei traumatizada e até hoje não tomo qualquer gole de bebida alcoólica.

São felizes as recordações da minha infância: a criatividade da minha mãe que construía carrinhos de madeira para meus irmãos brincarem e fez até cerca para minha casinha (até quando já avó fez móveis de madeira para as netas); o cuidado e a preocupação do meu pai conosco; o companheirismo dos irmãos e até mesmo as dificuldades financeiras que nos fizeram sermos pessoas que valorizam o que têm, que têm prazer em doar e que são gratas por tudo!!!

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