Minhas igrejas e meus pastores

Já tenho 55 anos de vida eclesiástica  e quero celebrar minha jornada. Amo ser parte do corpo de Cristo e, mesmo não participando mais como gostaria e como o fazia antigamente, continuo lecionando na Escola Bíblica Dominical e “no serviço do meu Rei eu sou feliz”.

Iniciando a narração com a pequena congregação que se reunia em minha casa, na capital de São Paulo, que foi a minha primeira igreja, prossigo até a minha igreja atual, Igreja Batista do Cambuí em Campinas – S.P (2018). Destaco também seus pastores e suas participações em diferentes fases da minha vida.

1ª – Igreja Evangélica Batista Siloé – Edu Chaves – São Paulo-SP

Minha primeira igreja foi literalmente a igreja que se reunia na casa do diácono Sebastião Pessoa Salviano, na Rua Marrei (atual Major Barraca) no Parque Edu Chaves, em São Paulo. Eu estava com seis anos, quando nos mudamos para aquele bairro que não possuía nenhuma igreja batista. Então, meu pai que era membro da Igreja Evangélica Batista Betel, em Santana, juntamente com o diácono Júlio Almeida, que era da Igreja Evangélica Batista do Imirim, e outros irmãos começaram aquela congregação. Foi muito singular: nossa sala era o local dos cultos e os quartos e cozinha, os locais das classes de EBD.

O pastor da Igreja Batista do Imirim, o russo Baban Peter nos ajudou muito naquele início. Ele falava com bastante sotaque e uma de suas frases era: – O calor do Brasil ainda não conseguiu derreter o gelo da Rússia na minha língua. Gostávamos muito quando o coral de sua igreja nos presenteava com belas canções em russo. E, em dezembro de 1959, foi organizada a Igreja Batista Siloé com treze membros, entre eles: meu pai Sebastião Pessoa Salviano, minha mãe Maria José Salviano e minha irmã primogênita Raquel Pereira Salviano.

Igreja Batista Siloé

Eu sou a 3ª menina da esquerda para direita. Meu irmão Ruben é o 1º menino da direita para esquerda (2ª fileira). Meu pai Sebastião está à esquerda da porta e meu tio José Marques está à direita da porta.

Uma cena inesquecível para minha memória de criança, à época com uns 9 anos, foi a caminhada da minha casa até o primeiro templo. Íamos todos cantando, a Dalva Almeida tocando seu acordeão e estávamos muito alegres.

1. Elias Rodrigues da Rocha (1963-1966): o pastor que me batizou

Pr. Elias Rodrigues da Rocha pregando

Apesar de ser uma igreja pequena, houve disputa para o cargo do seu primeiro pastor. O Pr. Roman Zubcov, meu futuro professor de bandolim, tornou-se o co-pastor e foi eleito o Pr. Elias, que era um pastor dinâmico, casado com a irmã Elizabeth, com cinco filhas: Yone, Cléa, Leni, Rosali e a caçula Júnia, que nasceu enquanto pastoreava nossa igreja. Nosso templo humilde não tinha batistério, então, emprestávamos os batistérios de igrejas vizinhas. Eu fui batizada em 12/10/1963, na Igreja Evangélica Batista da Vila Galvão, pelo Pr. Elias. Que noite gostosa, como sempre, fomos a pé até o bairro vizinho e que alegria o retorno, já batizada e membro da igreja. Lembro da conversa com os outros recém-batizados, alguns crianças como eu e dos comentários: – Na próxima ceia vamos lamber o cálice do vinho.

Nessa igreja comecei minha caminhada na fé e, mesmo menina, fui vice-presidente das Mensageiras do Rei e também tesoureira daquela organização. Lembro minha primeira aflição: sempre fui desligada e acabei perdendo o dinheiro arrecadado. Meu querido avô, Salviano Marques de Melo, de vez em quando me dava um dinheirinho que eu guardava em uma caixinha de madeira vazia de sabonete Phebo, que ele também me dava. Naquela primeira dificuldade financeira de minha vida, parece que ele adivinhou e me deu um dinheiro que foi suficiente para eu repor o caixa das mensageiras. Eita tesoureira boa!!!

 

Mensageiras do Rei

As mensageiras do Rei de nossa igreja reunidas com outras mensageiras na Igreja Batista da Liberdade, eu estou de óculos, a primeira sentada ao lado direito. Na época era “princesa do rei”.

Pr. Elias batizando no rio Cabuçu

O Pr. Elias Rodrigues da Rocha batizando no Rio Cabuçu, não tínhamos batistério à época. Esse é o rio que corria no Edu Chaves, nossa família tirou muitas fotos em suas margens.

Eu aos 14 anos com a prima Áurea Pereira ao centro e a irmã Raquel à esquerda, às margens do Rio Cabuçu

Eu, aos 14 anos, com a prima Áurea Pereira, ao centro, e a irmã Raquel à esquerda, às margens do Rio Cabuçu

Meu certificado de batismo assinado pelo Pr. Elias Rodrigues da Rocha e pelo secretário da igreja, meu tio, Severiano Marques de Melo

Meu certificado de batismo assinado pelo Pr. Elias Rodrigues da Rocha e pelo secretário da igreja, meu tio, Severiano Marques de Melo

 60º Aniversário da Primeira Igreja Batista Monte Carmelo

Essa página frutificando… Fazendo pesquisas para o histórico da Igreja sua secretária, em 2019, encontrou minhas informações e me convidou para o aniversário em 21 de dezembro de 2019. Logo após, o Pastor Moisés Doxos, pediu para que eu contasse um pouco do que vivi naquela igreja na infância e entregasse a mensagem da noite. Foi um culto muito bom, com a presença do grupo Música do Interior, solista Osmar Guerra e tivemos a oportunidade (eu, minha mãe Maria José Salviano, minha irmã Raquel Pereira Salviano Roverso e a irmã Maria Paixão de Oliveira, membros-fundadoras) de relatar um pouco do começo dessa igreja. Experiência única em minha vida eclesiástica.

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Da esquerda para direita: Maria Paixão Oliveira, Maria José Salviano e Raquel Pereira Salviano Roverso, membros fundadoras da Igreja Batista Siloé, atual Primeira Igreja Batista do Edu Chaves.

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Publicação no Instagram em 22/12/2019: Ontem foi a comemoração do 60º aniversário de nossa igreja (1ª IBEChaves). Tivemos conosco algumas das irmãs que participaram da fundação de nossa igreja, algumas ainda crianças na época, mas que contribuíram ativamente na construção da nossa história. Tivemos a honra de receber a irmã Rute Salviano, juntamente com sua mãe Maria José e sua irmã Raquel que puderam reencontrar com a nossa querida Maria Paixão que também faz parte da fundação da igreja e congrega conosco até hoje. Um exemplo de perseverança e compromisso com a casa do Senhor. As irmãs nos trouxeram recordações valorosas do início de igreja e Rute nos conduziu à uma reflexão baseada em Efésios 4 sobre a unidade da fé. Uma noite festiva e especial que marcou essa data importante! Glórias a Deus! Viva ao Rei Jesus! As fotos abaixo foram publicadas pela igreja no Instagram.

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2ª – Igreja Evangélica Batista Monte Carmelo


Saímos da Igreja Batista Siloé para organizar uma igreja, agora na garagem da casa do meu avô Salviano Marques de Melo (foto), também na Rua Major Barraca, mesma rua onde aquela se iniciara. Eu estava com treze anos e, agora em uma igreja ainda menor, sobrou trabalho. Fui ser a professora das crianças e acontecia a mesma coisa da minha outra igreja, a classe das crianças funcionava em um cômodo dos fundos, no quintal da casa. Minha família e outros irmãos organizaram, então, a Igreja Batista Monte Carmelo.pai Vião

Templo da Igreja Batista Monte Carmelo em construção

Templo da Igreja Batista Monte Carmelo em construção. Da esquerda para direita: irmão Everaldo, nosso regente do coral, Maurício, um dos primeiros convertidos com sua mãe Ilka, nossa solista, Ubiratan, meu namorado, atual esposo, meu irmão Mizael, eu e à frente, as suas da direita são minhas primas Jemima e Ester.

2. Plínio do Amaral Camargo (1967-1970): foi nosso primeiro líder, o moderador que evangelizava e tinha visão para a nossa pequena igreja recém-formada. Irmão Plínio era um servo de Deus especial, com vocação para missionário, tanto que, posteriormente foi para o Instituto Maranata, em Apucarana, Paraná. Ele conduziu o rebanho com sabedoria e deu muito apoio ao nosso pequeno conjunto instrumental, dizendo que a ala do meio da igreja deveria ser composta só de instrumentos musicais, e nosso conjunto estava crescendo mesmo!!!

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O nosso moderador Plínio é o 1º à esquerda. Meu tio José Marques de Melo está ao seu lado, abraçando-me e, ao meu lado está a Angela, à frente dela, suas irmãs gêmeas Sonia e Sandra, as quais estava evangelizando e levando à igreja. O meu paizinho está atrás de mim.

3. José Marques de Melo (1970-1973): o pastor que também era meu tio 

Meu tio José Marques foi o 1º pastor da Igreja Batista Monte Carmelo, que construiu seu templo e estava crescendo. Nessa igreja ocupei muitos cargos, sendo por vários anos a secretária da igreja. Meu tio era meu apoiador e caminhamos juntos por alguns anos. Suas pregações eram vibrantes e ele usava muitos adjetivos sinônimos para dar ênfase às mensagens. Lembro com saudades dos concursos bíblicos que promovia: todos os domingos às tardes participávamos: jovens, adolescentes e adultos da União de Treinamento e estudávamos bastante a Bíblia para responder suas perguntas.

Nessa igreja desenvolvi alguns dons e pude servir como: secretária da igreja, professora de EBD, líder da União de Treinamento, etc.

Meu pastor José Marques de Melo, que também era meu tio e major da Polícia Militar.

Meu pastor José Marques de Melo, que também era major da Polícia Militar.

 

3ª – Igreja Cristã Presbiteriana de Guarulhos

Devemos nos alegrar com qualquer crise em nossas vidas porque são reais oportunidades de crescimento. No início de 1973, saímos da nossa querida igreja Monte Carmelo e fomos congregar na Igreja Cristã Presbiteriana de Guarulhos, eu, meu pai e minha mãe. A minha irmã Raquel era membro da Igreja Batista Betel, em Santana, os meus irmãos estavam afastados da igreja e eu, fui com meus pais para uma pequena igreja, reunida na garagem da casa do seu pastor, Nelson Matos.

Realmente eu fui uma frequentadora de igrejas em casas e garagens, acredito que por isso prefiro igrejas pequenas.  Pequena igreja, grande espiritualidade e comunhão, que tempo especial foi aquele! Foi o tempo de Deus nos preparar para a 1ª e grande tragédia de nossas vidas: a morte do meu irmão Ruben Pereira Salviano, aos 21 anos de idade.

4. Nelson Matos (1973-1974): o pastor que Deus preparou para nosso consolo na perda do filho e irmão

Meu pastor Nelson Matos foi um verdadeiro homem de Deus, ungido pelo Senhor para dirigir aquele rebanho que se reunia na garagem de sua casa. Creio mesmo que Deus nos colocou naquela igreja renovada para nos consolar de uma maneira mais plena.

Pr. Nelson Matos na colocação da pedra fundamento do templo da Igreja Cristã Presbiteriana, em 1974.

Pr. Nelson e mulheres

Pr. Nelson com senhoras da igreja. Minha mãe Maria José Salviano é a 1ª à esquerda

 

Meu irmão Ruben faleceu em 12/06/1973, em um acidente de moto. Foi em uma segunda-feira, e todas as quartas-feiras tínhamos culto em nossa casa. Aquele culto, logo após o falecimento de meu irmão, foi momento de consolo e profecia divina. Os irmãos falaram em línguas e a interpretação nos alentou: “Não fiquem tristes, ele está comigo no meu jardim”. O Ruben estava afastado da igreja e, graças a Deus, alguns dias antes ficou umas duas horas conversando a sós com um seminarista que nos visitava: Cirosi de Siqueira Tavares, que nos reportou: Ele tem certeza de salvação! Deus é maravilhoso, enfrentamos a perda com muita tristeza, meu irmão tinha apenas 21 anos, tinha ficado noivo no sábado e faleceu na quarta-feira, no dia dos namorados. A respeito disso, um versículo do profeta Isaías sempre me conforta.

Ruben

Meu querido irmão Ruben aos 19 anos.

“Perece o justo, e não há quem considere isso em seu coração, e os homens compassivos são recolhidos, sem que alguém considere que o justo é levado antes do mal”. Isaías 57.1-2

Deus leva antes do mal……. isso me consolou muito. Pois: “O que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” Marcos 8.3

 

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Pr. Nelson e meu pai Sebastião foram companheiros na espiritualidade, verdadeiros homens de Deus

  • Nosso pequeno coral

    Nosso pequeno coral, na 2ª fileira sou a 2ª à direita, ladeada pela prima Cléa Camelo e por minha mãe Maria José Salviano

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      Estão de costas os irmãos cantores: Benedito e Antônio Cândido, vozes maravilhosas!

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      Alguns homens da igreja na época da construção do novo templo. Meu pai é o 1º à esquerda e Pr. Nelson é o 1º à direita. Pedrinho Brust à frente, meu aluninho júnior.

      Algumas mulheres da Igreja Cristã Presbiteriana de Guarulhos

      Algumas mulheres da Igreja Cristã Presbiteriana de Guarulhos. A Martinha Cândido é a pequena no colo da irmã Manuela Brust.

      Igreja Guarulhos minha família

      Minha família presente ao culto da pedra fundamental: Eu sou a 1ª à esquerda, ao meu lado está a prima Cléa Camelo, atrás meu futuro tio Everaldo, minha prima Leani Barbosa, sua mãe minha tia Luisa, a minha mãe Maria José e meu primo Laércio Barbosa.

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Quando estava nessa igreja fiquei noiva (agosto/1973) e na foto estou recebendo presentes de casamento do Pr. Nelson e sua esposa, a querida irmã Maria, e do diácono Pedro Brust e sua esposa, a querida irmã Manoela.

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Os pastores que celebraram meu casamento: José Marques de Melo e Egídio Domingues Neto, que nos recebia em sua casa para almoços deliciosos, aos domingos, quando ficávamos para o culto à noite, pois morávamos longe da Zona Leste, aonde ficava a igreja.

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Os pastores José Marques de Melo e Egídio Domingues Neto estão celebrando meu casamento 30/11/1974: meu ex-pastor e tio e o meu futuro pastor, pois pedi carta de transferência para a igreja do esposo: Primeira Igreja Batista em Ermelino Matarazzo.

4ª – Primeira Igreja Batista em Ermelino Matarazzo  

Nova fase da vida, novo bairro, nova igreja, agora considerava que estava em uma igreja grande, a primeira igreja batista de um bairro na Zona Leste de São Paulo. Tudo depende do nosso referencial, olhando as fotos agora não entendo muito bem porque achava aquela uma igreja grande. Lá conheci novos irmãos em Cristo, como o Paulo de Lima e a D’Arc com os quais passamos muitos domingos. Foi a época de iniciar minha família, meus dois primeiros filhos: Meirélen e Meison nasceram enquanto congregava ali. Foi uma época muito boa, na qual meu esposo cooperou mais com a igreja do que eu. Apesar de que estávamos juntos ao lado do pastor nas assembleias, ele como tesoureiro e eu como secretária.

5. Egídio Domingues Neto (1975-1980): o pastor que embalava meu filho recém-nascido

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Pr. Egidio Domingues Neto pregando.

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Pr. Egidio e sua família, a esposa Ester (saudades de sua comida maravilhosa) e as filhas: Joyce, Silmara e Kelly. O primogênito Jessé Marcos não está na foto.

Algo muito especial e marcante em nossa trajetória cristã, foi a participação de meu esposo no Conjunto Celeste, que com belas vozes contribuía para o louvor a Deus e que chegou a cantar em outras igrejas e em outras cidades. A Primeira Igreja Batista em Ermelino Matarazzo foi importante pelas amizades que fizemos e por essa fase de adoração ao Senhor. Quando mudamos para Campinas, esse conjunto veio cantar na Igreja Batista do Cambuí, em seu aniversário de 1985.

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Culto de aniversário do Conjunto Celeste na Primeira Igreja Batista em Ermelino Matarazzo. Na 2ª fileira, o 2º da esquerda para direita é meu irmão Mizael, ao seu lado está sua esposa Sandra, minha sobrinha Isis, eu, minha filha Meirélen e D. Rachel Roverso, sogra de minha irmã Raquel.

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Da esquerda para direita: Izair e Nazon (1º tenores), Ubiratan e Jorge (2º tenores), Amaral (barítono) e Paulo Lima (baixo).

Da esquerda para direita: Izair 1º tenor), Jorge e Ubiratan 2º tenores), Amaral barítono) e Paulo de Lima baixo).

Da esquerda para direita: Izair (1º tenor), Ubiratan e Jorge (2º tenores), Amaral (barítono) e Paulo de Lima (baixo).

As esposas do Conjunto Celeste: Sonia Amaral), Rute Ubiratan

As esposas do Conjunto Celeste: Sonia (Amaral), Rute (Ubiratan), Darc (Paulo) e Bernardete (Jorge). Faltando a Francisca (Izair) e Lídia (Nazon).

 

5ª – Igreja Batista do Cambuí – Campinas-SP

Já casada, com dois filhos: Meirélen (4 anos) e Meison (1 ano), meu esposo Ubiratan foi transferido para Campinas, pois o banco aonde trabalhava, Bozano Simonsen ia abrir uma nova agência e ele foi encarregado de a gerenciar. Não conhecíamos ninguém, mas foi a época adequada, pois os filhos ainda pequenos nem frequentavam escola. A perda mais sentida, contudo, foi a separação da família de sangue. Porém, encontramos uma nova família de fé na Igreja Batista do Cambuí, uma igreja acolhedora e fraterna, que nos deu suporte emocional e, com a qual formamos vínculos que duram até hoje.

6. Eliézer Pereira de Barros (1981-1990): o pastor que nos acolheu com alegria.

Lembro das ligações às segundas feiras pela manhã do Pr. Eliézer quando era diretora (superintendente) da EBD, ele sempre incentiva e fazia comentários: – Muito bem irmã, continue assim! – Olhe, não deixe de cantar um hino na abertura da Escola Bíblica, etc.

Criei alguns concursos para incentivar a frequência e a vinda de visitantes: Caminhando para Canaã, Subindo com Cristo, Inter classes, etc. Quando acabava um, o Pr. Eliézer já falava: – Bora pensar em outro!

Foi na década de 1980 também que me dediquei à música, dei aulas de bandolim, acordeão e teclado e formamos um quarteto de bandolins na igreja (vide o post “Meu bandolim”). Eu e o esposo Ubiratan participamos de algumas apresentações musicais. Toquei com alunos e com outros membros da igreja. Até para diretora de música da igreja fui eleita, creem nisso? Mas, como brinco: isso é pretérito mais do que passado!!!

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Em 1985, mudamos para São Paulo, em uma tentativa de readaptação à cidade grande que não deu certo. Sempre voltávamos à Campinas, mas pudemos compartilhar novamente da amizade com os queridos irmãos da Igreja Batista em Ermelino Matarazzo e o meu esposo Ubiratan pode ainda cantar com o Conjunto Celeste e se apresentar em algumas igrejas. Na foto abaixo, o conjunto participou do 55º aniversário da Igreja Batista do Cambuí.

Conjunto Celeste cantando no aniversário da Igreja Batista do Cambuí (1985).

Conjunto Celeste cantando no aniversário da Igreja Batista do Cambuí (1985).

 

7. Eduardo Steibel (1991-1994): o pastor que identificou meu dom de pregação e me concedeu a oportunidade de pregar algumas vezes.

Pr. Eduardo, que recebeu literalmente o cajado das mãos do Pr. Eliézer, foi um pastor especial, divertido e que tinha a visão de implantação de igrejas. Sua esposa, Sophia Gomes Steibel, filha do conhecido Pr. Davi Gomes, veio para Campinas para ser a diretora de nossa Faculdade Teológica Batista de Campinas. Começamos juntas, ela como diretora e eu como professora. Ajudou-me bastante, caminhou comigo mesmo e até livros para as matérias que eu lecionaria fomos comprar juntas. E foi nessa época, 1991, que descobri que sabia pregar. O Pr. Eduardo me convocou para falar sobre a origem da Escola Dominical, pois eu havia assumido a direção da mesma. Ele gostou da minha mensagem e, ao se despedir em 1994, escolheu-me para fazer a última pregação em seu ministério na Igreja Batista do Cambuí. Senti-me honrada e capacitada por Deus diante do desafio.

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Pr. Eduardo Steibel e esposa Sophia, em nossa casa. Queridos amigos, com os quais compartilhamos muitas conversas e sorrisos. Eles nos ajudaram até mesmo na mudança de residência e nessa casa, na Rua Pedro Nacib Jorge, acolhemos alguns eventos das igrejas do Cambuí e Nova Canaã.

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Conjunto de casais "Ágape" despedindo-se do Pr. Eduardo e Sophia.

Conjunto de casais “Ágape” despedindo-se do Pr. Eduardo e Sophia, em nossa residência.

8. Pr. Carlos Nogueira Martins (1995-1997): início aos retiros de casais, homens e senhoras na Igreja Batista do Cambuí.

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1º encontro de casais – 1995 – Pr. Carlos Nogueira Martins está ao centro.

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1º encontro de casais – 1995 – Pr. Carlos Nogueira Martins é o 3º da direita para esquerda.

Pr. Carlos Nogueira Martins é o primeiro à esquerda. Nossa casa foi, graças a Deus, local de vários encontros da igreja.

Pr. Carlos Nogueira Martins, que substituiu o Pr. Eduardo Steibel, é o 1º à esquerda. Nossa casa foi, graças a Deus, local de vários encontros da igreja.

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Encontro de casais no Natal

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6ª – Igreja Batista Nova Canaã

Foi a igreja que meu esposo escolheu, em 1998, para congregarmos. Ela ficava mais próxima ao nosso bairro e nós nos identificamos muito com ela. Os filhos mais velhos permaneceram na Igreja Batista do Cambuí. De volta à uma igreja menor, senti-me em casa. Foram anos de muita comunhão e trabalho, nos quais me senti bem feliz no serviço do meu Rei.

9. Pr. David Spiegel (1998-2000): o pastor que faz. Ele me ofereceu o melhor exemplo de um pastor que serve, com sua van ia buscar os membros da igreja em suas casas. Quando a igreja participava de eventos em outras igrejas, cuidava de tudo, sentando-se no banco como simples participante do culto. Gostava de pregar e lembro com saudades dos cultos cantados que promovia, quando simplesmente abríamos o cantor cristão e a congregação escolhia hinos para cantarmos.

Pr. David Spiegel e família: esposa Laura e filhos Rachel e Daniel (1997)

Pr. David Spiegel e família: esposa Laura e filhos Rachel e Daniel (1997)

Pr. David sempre presente: cantando no coral ou em comunhão nos retiros. Nesse da foto criou um jogo com o qual nos divertimos bastante.

Pr. David sempre presente: cantando no coral ou em comunhão nos retiros. Nessa foto apresentação do coral em um encontro musical, em nossa residência.

Noite musical em nossa casa.

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Nesse retiro da família, Pr. David criou um jogo com o qual nos divertimos bastante. Ele está em pé ao centro.

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Os encontros da Igreja Batista Nova Canaã eram maravilhosos e reuniam adultos, jovens e crianças. Vantagem de igreja pequena.

Além dos encontros da igreja, aniversário do Pr. David, noite musical, tivemos em nossa residência o que chamamos de “acampadentros” das senhoras.

Nosso 2º acampadentro, com a preletora Nelma Lobo, psicóloga.

Nosso 2º acampadentro, com a preletora Nelma Lobo, psicóloga.

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Depois de dois acampadentros, as mulheres passaram a se reunir no Lar Luterano Belém, na Chácara da Barra.

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Os dois pastores da Nova Canaã: da esquerda para direita Pr. David Spiegel, Leandro Mozart e a esposa do Pr. David: Laura Spiegel.

10. Pr. Leandro Mozart Alves da Costa (2000-2002): o pastor que foi meu aluno e colega de formatura.

Quando o Leandro era meu aluno, eu, admirando muito seu carisma, seu modo de tratar a todos, disse-lhe: – Quando você for pastor, gostaria de ser sua ovelha. E tive essa oportunidade quando, em substituição ao Pr. David Spiegel, pastoreou a Igreja Batista Nova Canaã de 2000 a 2002. Foi uma época de crescimento, colocávamos cadeiras fora do templo e os cultos eram bem frequentados.

Estou ao centro, ladeada pelo Pr. Leandro Mozart e por sua esposa Cláudia.

Estou ao centro, ladeada pelo Pr. Leandro Mozart e por sua esposa Cláudia.

De 1998 a 2000, passei por uma experiência única, já narrada no post sobre o dia do professor, quando fui professora e aluna na Faculdade Teológica Batista de Campinas ao mesmo tempo, em um período lecionava e, no outro sentava para aprender. Foi exatamente em 2000 que passei a ser pastoreada pelo meu ex-aluno Leandro Mozart.

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    O Pr. Leandro Mozart é o primeiro da direita para esquerda. Nessa foto estão os colegas da minha turma de 2000. Da esquerda para direita, na 1ª fileira: Rute, Roseli, Jackson, Angela, Leandro; 2ª fileira: Jorge Luis, Edmar, João Luís, Gilmar e na última fileira o Carlos Otonis e a Rosiane. Turma mais que especial!

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    Sou a 1ª à esquerda ao lado de nossa patronesse, minha querida colega Roseli Zenaro. Junto aos formandos, estão também o paraninfo João Carlos Martins (1º à direita), a coordenadora acadêmica, querida colega, Gecy Mary Pereira (1ª à esquerda na 2ª fileira) e, ao centro, nosso diretor: Pr. Natanael Gabriel da Silva (2000). Que alegria neste dia!!!

11. Pr. Rubem Lota (2002-2004): o pastor que me indicou como Ministra de Educação CristãRubem Lota 3

Por um breve período fui pastoreada pelo Pr. Rubem Lota, carioca que substituiu o Pr. Leandro Mozart. Logo, em nosso primeiro encontro, ele indagou sobre como eu uma bacharel em Teologia, com especialização em Educação Cristã, não era a educadora cristã da igreja. Bem, haviam dois motivos: um era que a igreja era pequena e o outro era que eu não havia sido convidada para isso, e até hoje, não tenho costume de me indicar para cargos. Aliás, a Igreja Batista Nova Canaã tinha essa prática, das próprias pessoas se indicarem e eu ficava bem constrangida ao fazer isso.

Nas igrejas batistas do Rio de Janeiro mulheres auxiliavam pastores como educadoras cristãs e o próprio Pr. Rubem tinha tido uma boa experiência com a educadora de sua igreja. Então, ele decidiu me indicar para ministra de educação cristã e o pastor Henrique Ferreira como ministro da família. Já contávamos com 2 ministros de música e, acredito que ele achou por bem compensar isso com dois novos ministros. Porém, como coloquei, a igreja era pequena e eu mesma falei: – É muito cacique para pouco índio. Como previa, a experiência não deu certo.

7ª – Primeira Igreja Batista de Campinas

Depois de um período turbulento, começamos (eu, o esposo Ubiratan e o filho Marlon) a frequentar a Primeira Igreja Batista de Campinas e creio que fui colocada por Deus ali para, entre outras coisas (liderança dos casais e professora na EBD), ser a pesquisadora e redatora da revista do centenário daquela igreja. Foi um verdadeiro desafio, li todas as atas e ao ver as fotos de tantos anos de história, sem conhecer ninguém, quase desanimei. Mas, aos pouquinhos fui conseguindo identificar e, com a ajuda dos irmãos, consegui fazer um pequeno resumo de uma história centenária maravilhosa. A primeira descoberta, que já constava dos dados da celebração do jubileu, foi de que a igreja não começara em 1907, mas sim em 1900, sendo fechada alguns anos depois e reorganizada em 1907. Portanto, não seriam comemorados 100 anos, mas já 107 anos de organização.

12. Pr. Carlos Water (2004-2007): o pastor do centenário dos batistas em Campinas

Pr. Carlos Water foi o meu pastor entre 2004 e 2007. A época que fui pastoreada por ele foi muito boa, a igreja esteve envolvida em alguns eventos especiais: Retorno à Santidade, Casa do Julgamento, Louva Campinas etc. O Pr. Carlos, homem dinâmico, serviu-me de incentivo pelo reconhecimento de meus dons. Lembro que ao folhear meu primeiro livro, ele falou: – Que talento!!! Talento reconhecido e direcionado para historiar aquela comemoração, a revista ficou pronta em três meses, um recorde!

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 Abaixo a Carta ao Leitor escrita pelo Pr. Carlos Water

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Nas últimas páginas da revista fiz um resumo histórico da igreja junto com uma reflexão “No bonde da história”:

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Retorno à Igreja Batista do Cambuí

Em 2008, infelizmente sozinha (sem minha família) retornei à igreja que havia frequentado por mais tempo: 17 anos. Creio que somos saudosistas por natureza. Como foi a nossa primeira igreja em Campinas, a que nos acolheu, e éramos membros dela quando nasceu nosso caçula Marlon (inclusive era diretora da EBD e lecionava também com barrigão), decidi retornar até mesmo em uma tentativa de agregar novamente a família. Porém, não tem como entrarmos em uma máquina do tempo. Aquela igreja agora é outra, não tem como voltar ao passado: a minha família é outra (filhos adultos) e também são outros tempos… tudo muda e até melhora!

Eu agora estou em outra fase da vida, continuo sempre professora, mas também sou escritora e me dedico à algumas palestras e escritos. Continuo apaixonada pela EBD e lamento não poder frequentar a igreja como antes, primeiro pela distância e também porque não dirijo mais e estou indo sem a família. Contei com a irmã, amiga, caroneira fantástica Ana Glória Santiago por alguns anos e conto hoje com a minha amiga e vizinha Luciana Vanessa, benção de Deus em minha vida. Porém, muitas vezes em que gostaria de participar de alguns eventos, não consigo ir. É a vida, é o final da caminhada, porém: “Vivo feliz pois sou de Jesus” e “Tenho de Jesus saudades, quando será que vou?”.

13. Pr. Elias Neves de Souza (2009-?): o pastor dinâmico, apaixonado por missões, que participa e promove os lançamentos de meus livros

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Pr. Elias assumiu o pastorado da Igreja Batista do Cambuí em setembro de 2009, eu tinha regressado àquela minha 1ª igreja em Campinas no ano anterior. Ele é um pastor dinâmico, bom administrador e apaixonado por missões. Quando chegou, eu estava envolvida com a pesquisa e redação da Revista “Celebrando o passado, desafiados pelo futuro”, título que ele mesmo deu para a comemoração dos 80 anos da igreja. Era também a responsável pela Educação Cristã, sendo a diretora da Escola Bíblica Dominical.

A revista foi publicada em 2010, ano da celebração e, pessoalmente, foi um marco, uma honra, uma alegria e uma forma de retribuir o carinho que sempre recebi dessa minha amada igreja.digitalizar0030digitalizar0031

Pr. Elias escreveu a carta ao leitor abaixo:

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Nessa revista, assim como na do Centenário (PIBC) de 2007, eu fiz uma reflexão final junto com um resumo histórico: “Aprendendo com a História”. Foi uma pesquisa e redação muito gostosa de fazer, por alguns motivos: fui membro dessa igreja por muito anos, conhecia a maioria da membresia e tive mais páginas para escrever sua história. Porém, foi trabalhosa também: fiquei acordada até de madrugada por muitas noites escaneando e pesquisando o material e, depois, redigindo o texto. O fiz com alegria e dedicação como uma presente à igreja que acolheu minha família com carinho na década de 1980.

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Em 2004 publiquei meu 1º livro “Uma voz feminina na Reforma” pela Editora Veredas. Esse foi lançado na Faculdade Teológica Batista de Campinas e na Primeira Igreja Batista de Campinas. Em 2010, o mesmo foi publicado pela editora Hagnos e teve o lançamento em São Paulo (café teológico no Seminário Servo de Cristo. Em 2012, foi publicado o 2º livro “Uma voz feminina calada pela Inquisição”, abaixo o lançamento na Igreja Batista do Cambuí.

 

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Com o pastor Elias Souza, no lançamento do 2º livro: “Uma voz feminina calada pela Inquisição”, em 15/03/2012.

Em 2014, foi a vez do livro “Vozes femininas no início do protestantismo brasileiro“, o lançamento foi no domingo pela manhã na Igreja Batista do Cambuí, com uma boa frequência.

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Pr. Elias na 1ª fileira no lançamento do 3º livro: Vozes femininas no início do protestantismo brasileiro – março/2014.

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Com o Pr. Elias, os filhos Meirélen, Meison e Marlon e o editor da Hagnos: Juan Carlos Martinez.

Nessa nova fase na Igreja do Cambuí, além da comemoração dos 80 anos, tenho lecionado na Escola Bíblica Dominical e já lecionei alguns temas, como: Academia da Alma, Celebração da Disciplina, Panorama da Geografia Bíblica, Temperamentos controlados pelo Espírito Santo (um tema que gosto muito), Panorama da História do Cristianismo, etc.

Falei para o Pr. Elias: – Meu primeiro pastor, aquele que me batizou, chamava-se Elias também, e meu desejo é que esse seja o nome de meu último pastor. Esperando ser promovida logo à Glória, e com muita fé, acho que esse desejo se cumprirá!

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